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O governo terá de fazer concessões e aceitar mudanças nos textos das medidas provisórias 664/2014 e 665/2014
se quiser aprová-las no Congresso Nacional. O alerta foi feito nesta
quinta-feira (9) por parlamentares que participaram de audiência pública
conjunta realizada pelas comissões mistas que analisam as matérias. As
críticas partiram tanto de integrantes da base do Palácio do Planalto
como de oposicionistas.
As MPs alteraram regras para concessão de benefícios previdenciários (MP 664) e trabalhistas (MP 665),
criando barreiras para o acesso, como prazos maiores de contribuição
para a solicitação. As normas mexeram em regras da pensão por morte,
auxílio-doença, seguro-desemprego, seguro-defeso dos pescadores
artesanais e abono salarial.
Entenda o que mudou nos benefícios
A audiência pública contou com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; e da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, e foi a última realizada pelos dois colegiados antes da apresentação dos pareceres dos dois relatores — respectivamente, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e o senador Paulo Rocha (PT-PA) —, na próxima semana.
A audiência pública contou com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; e da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, e foi a última realizada pelos dois colegiados antes da apresentação dos pareceres dos dois relatores — respectivamente, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e o senador Paulo Rocha (PT-PA) —, na próxima semana.
— Sou do PMDB, da
base do governo. Votei no Lula. Mas me recuso a votar nessas duas MPs —
disse o deputado Marx Beltrão (PMDB-AL). O senador Paulo Paim (PT-RS)
afirmou que não existe “a mínima chance” de as medidas provisórias serem
aprovadas sem alteração. Ele propôs um grande acordo para votar os
textos.
Já a deputada Gorete Pereira (PR-CE), que é relatora-revisora da MP 665, declarou que o Planalto não tem encontrado apoio nem mesmo no PT.
— O governo não está com apoio nem do próprio partido dela [da presidente Dilma Rousseff] — comentou Gorete.
Sem margem
O
ministro do Planejamento reconheceu a dificuldade e disse que o governo
aceita fazer concessões, mas reforçou que não abre mão das medidas,
que, segundo ele, são estruturais e vão melhorar o desempenho dos
programas sociais.
— Estamos abertos ao diálogo. Mas elas [MPs]
continuam sendo, em nossa opinião, urgentes, essenciais e necessárias —
sustentou Nelson Barbosa.
A redução das despesas obrigatórias com
as duas medidas provisórias é de R$ 18 bilhões, conforme o governo. O
ministro não quis antecipar quanto desse valor o Executivo está disposto
a abrir mão na negociação, porém adiantou que a margem é pequena.
—
Esse número será definido ao longo da negociação. Acho que é possível
preservar a direção das medidas, adequando sua intensidade à preocupação
dos parlamentares. Mas o espaço é muito pequeno — disse.
De
acordo com o ministro, as MPs vão contribuir para o governo federal
atingir a meta de superávit primário deste ano, de R$ 55,3 bilhões, e
ajudar a reequilibrar as contas públicas — pré-condição, segundo ele,
para a retomada do crescimento econômico.
Da Agência Câmara
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